Entrevista para Meiobit sobre ALM

9 de julho de 2010 Por Ramon Durães

No dia 24 de junho de 2010 eu fui convidado pelo Márcio Althmann para ser entrevistado em uma matéria sobre Application Lifecycle Management (ALM) que foi publicada no portal MeioBit bem conhecido pelo público de tecnologia.

1. Olá Ramon, por favor conte-nos um pouco como começou sua carreira de desenvolvimento, e quando decidiu mudar para consultor?
Desde pequeno sempre me encantei com os computadores que via na televisão. Acho que era a época ainda do CP200. Depois passei a ir em bibliotecas estudar os livros de BASIC, onde iniciei, e depois VB 3.0 no auge do Windows 3.1. De lá para cá venho trabalhando com desenvolvimento, passando por todos os estágios da carreira e desafios constantes principalmente em empresas pequenas com poucos recursos e muitas demandas. Em 2000 fundei a 2PC como uma startup para apoiar um projeto paralelo e, alguns anos depois, passei a me dedicar diretamente ao mercado de consultoria. Hoje frequento empresas em todo o Brasil acompanhando em profundidade o desenvolvimento de software nacional.

2. Você é um usuário ativo de redes sociais, qual sua opinião sobre as mesmas para sua carreira?
As redes sociais sempre existiram, mesmo antes da internet. Hoje, todo o poder de computação que temos fez com que as redes sociais ganhassem um impulso sem igual no mundo, no cotidiano, unindo as massas e quebrando qualquer comunicação tradicional. As redes sociais são o principal braço de comunicação da emergente geração Y. As buscas baseadas em informações sociais que estão definindo o próximo mercado pós-Google. Nós teremos uma tendência cada vez maior “com” redes sociais privadas em torno de produtos. É o principal canal de finalização de consumidores, testes de produtos e principalmente para um  feedback rápido e barato.

3. Sobre o mercado de ALM, o que você tem sentido e encontrado nas empresas, quais as maiores dificuldades das empresas de software hoje?
Já dispomos atualmente de ótimas plataformas para o desenvolvimento de software como o Microsoft .NET Framework e muitas outras, porém, com o crescimento cada vez maior dos projetos, estamos no estágio de otimização dos processos empregados na construção do software, e é dentro desse contexto que entra o Application Lifecycle Management (ALM) para apoiar nos principais pilares: Pessoas, Processos e Tecnologias, possibilitando que as empresas tenham uma previsibilidade do início ao fim do projeto com todos os mecanismos ágeis necessários ao mercado atual.

 

4. Você trabalha com o Visual Studio Team System, você poderia citar vantagens sobre os produtos concorrentes da Borland e IBM?
Nenhum concorrente oferece a integração e conjunto de recursos que podemos encontrar no uso do Visual Studio 2010 com o Team Foundation Server 2010 com amplo suporte aos principais padrões de desenvolvimento do mercado, como SCRUM, MPS.BR, CMMi e técnicas de planejamento e desenvolvimento ágil com padronização do código fonte, manutenção e integração usando testes unitários, cobertura de código, validação de arquitetura, testes manuais, testes funcionais, testes de carga e principalmente um dashboard integrado do projeto com informações atualizadas e integradas a cada build.

5. Sobre desenvolvimento Ágil, as empresas estão adotando. Qual o resultado dentro das empresas, e elas sofrem muito com a mudança na forma de agir durante o desenvolvimento?
O desenvolvimento ágil de software tem conquistado um grande número de adeptos em todo o mundo e inclusive no Brasil, onde já tenho um grande números de clientes que implementaram ALM usando SCRUM. A quebra de paradigma contra o tradicional “comando/controle” é o principal desafio nos projetos. Num projeto ágil baseado no SCRUM você deixa de ter um gerente e passa a ganhar vários auto gerentes comprometidos com os valores de negócio da empresa que é o “Time”. Os resultados são imediatos, pois envolvem satisfação pessoal e comprometimento com as funcionalidades que fazem a diferença para o negócio.

 

6. Eu acho que a maior dificuldade nas empresas, é entender que as pessoas são mais importantes no processo de desenvolvimento, você também tem essa impressão?
Sim. Grande parte do meu tempo é gasto com pessoas nos projetos, pois são elas que fazem a diferença. No entanto,  ainda encontramos alguns grupos que as consideram como máquinas. Não investem em uma boa condição de trabalho, na melhoria profissional, chegando ao ponto de não liberar os mesmos para participarem de eventos que trazem melhorias para a própria empresa, de ser mais fácil investir em maquinario do que nas mesmas. Em nosso cenário atual, liderança, auto gestão e qualidade de vida estão cada vez mais evidentes como o melhor caminho nas organizações.

7. Nós, aqui da CDS, implantamos Team Foundation Server em um cliente que utiliza Cobol, foi muito interessante ver o Cobol funcionando com o Team Foundation Server (você pode ver mais aqui). Você já passou por isso? Deixar o Team Foundation Server rodando integrado com outras tecnologias?
Eu tenho tralhado com o ALM no Team Foundation Server desde os primeiros betas, antes mesmo da versão oficial lançada no mercado em 2005, e desde aquela época a Mirosoft já tinha preparado a plataforma para ser o pilar de gestão para todos os projetos de desenvolvimento de software. Para isso, eles deixaram em aberto toda a API de comunicação para que qualquer empresa pudesse construir um conector, como o exemplo da Teamprise, que criou um conector para rodar no Ecplise e acabou de ser comprado pela Microsoft e incorporado ao Team Foundation Server 2010.

Quando falamos de Application Lifecycle Managament (ALM) encontramos muitas aplicações legadas nos clientes e nada melhor que criar um ciclo único de desenvolvimento para todos os seus projetos.

8. Sobre o seu livro de ALM, qual o retorno que o livro te proporcionou, e qual a opinião dos leitores a respeito do mesmo?
Escrever livros sempre foi um grande sonho meu que coloquei em prática já faz alguns anos. Iniciei no formato digital  com dez publicações pela editora Linha de Código, e depois no formato impresso com o grande sucesso “Desenvolvendo para Web usando o Visual Studio 2008” que está na terceira edição e agora com o “Gerenciando projetos de software usando Visual Studio Team System”, completamente voltado para Application Lifecycle Management  e representa três anos de experiência e boas práticas. O retorno é maravilhoso, pois é uma coisa que faço com muito prazer, principalmente quando recebo e-mails de pessoas que conquistaram novas oportunidades profissionais. Eu já estou trabalhando em um próximo livro que será lançado em breve, sempre trazendo informações atualizadas em conteúdo nacional para contribuir cada vez mais o desenvolvimento tecnológico em nosso grande Brasil.

9. Ramon, obrigado pela entrevista, quer deixar algum recado para os leitores do MeioBit?

O desenvolvimento de software profissional no Brasil está em um ritmo cada vez maior. Em todas as cidad
es que visito, converso com pessoas da área que sempre reportam uma necessidade constante e busca por melhorias nos projetos assim como um grande mercado de trabalho com vagas de trabalho disponíveis.

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Ramon Durães
Especialista em desenvolvimento de software
MVP, Visual Studio ALM
PSM, PSD