Serviços de especialistas
9 de outubro de 2009Estava lendo o livro “Virando a própria mesa” do grande Ricardo Semler quando me deparei com o tópico “Serviços de especialistas” onde ele aborda um caso na empresa dele que muito faz parte da vida real de muitos exemplificando como o desvio de foco com alvo em resultados rápidos “virtuais” trazem pseudos ganhos. Vejam os exemplos abaixo:
– “Contratar mecânicos para cuidar da frota de carros”
– “Abrir uma corretora própria de seguros para economizar na comissão”
– “Abrir uma agência própria para economizar no marketing”
O Semler ainda completou com:
– ”Quantas house-agencies merecem prêmios de propaganda? “
– ”Por que uma empresa industrial vai entender de refeições?”
Ao trazer essa visão para o mundo real eu acabei por encontrar alguns exemplos clássicos que acabo acompanhando no meu dia a dia na área de consultoria e estarei compartilhando com vocês. O primeiro deles e o mais padrão de todos é encontrar um grupo de desenvolvedores na empresa preocupados em resolver todos os problemas dos projetos criando soluções em componentes que já temos prontas no mercado oferecidas por grandes empresas e com o código fonte para que possam ser implementadas com tranqüilidade nos projetos.
Se a sua empresa não vai vender componentes por que você se preocupar em desenvolver os mesmos uma vez que já temos vários fornecedores no mercado que estão ai justamente para aumentar a produtividade no projeto e reduzir o custo de pesquisa e desenvolvimento.
O outro caso é bem interessante também. Nós recebemos diariamente diversos clientes que chegam com seus projetos de desenvolvimento em crise. Ou seja. Estão com problemas em todos os lados desde qualidade, entregas, prazos e principalmente satisfação dos usuários e colaboradores.
A primeira ação é uma avaliação do projeto por meio do Gap Analysis para identificar os pontos críticos no projeto e traçarmos um plano com as ações a serem tomadas para corrigir ou otimizar os desvios encontrados durante o processo de avaliação.
Em um dos clientes eu fiz a avaliação do projeto e identificamos os problemas. Fica a cargo do cliente a continuidade ou não do processo. Esse é um princípio que deixamos bem claro desde o inicio do projeto. E um dos clientes foi convencido pela equipe que era tudo simples e resolviam eles mesmos internamente.
Ao passar seis meses eles voltaram a nos procurar com os mesmos problemas e em um estágio critico maior, pois os problemas anteriores afetaram outras áreas da empresa provocando a perda real financeira devido a falhas no projeto. E uma pequena decisão que foi tomada pela emoção resultou na necessidade de intervirmos mais a fundo e durante um tempo maior para garantir os resultados.
A tendência normal de qualquer empresa de desenvolvimento de software é focar no negócio. Criando soluções cada vez melhores que atendam todos os anseios dos clientes e esse tem que ser realmente o foco. Qualquer coisa adicional você pode obter diretamente no mercado adquirindo experiências prontas no lugar de gastar o tempo do seu profissional interno que poderia produzir muito mais para a empresa focando totalmente no negócio.
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Ramon Durães
MVP, Visual Studio Team System
Especialista em desenvolvimento de software